sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Eu quero te esquecer.

Era mais uma manhã comum, daquelas bem chatinhas, estava chovendo. Ninguém que não fosse obrigado sairia para rua num dia desses, mas eu sim, precisava sair, ver as nuvens escuras, ver a chuva, ver os carros, ver qualquer coisa que distraísse meu pensamento que até então continuava tão ligado á você. Como se tivesse sido pregado , tatuado para ali ficar para todo o sempre.
Olho para as outras pessoas e fico imaginando, será que algumas delas está tão angustiada quanto eu estou agora? Elas me olham com ar de pena, ou estou apenas imaginando que olham por sentir pena de mim mesma? Não posso, não quero e não mereço ser digna de pena  , nem mesmo de mim mesma, quanto mais dessas pessoas que nem se quer me conhecem. Quanto pior ainda seria de você. Quero me tranquilizar, quero ter alegria em acordar. Quero tantas coisas, a maior de todas: Eu quero te esquecer. Quero tomar café sem lembrar do sua preferência em misturar o leite, quero comprar minhas roupas, sem me preocupar se você vai gostar de me ver vestindo-as. Parece que depois de tudo, toda a minha vida começou a girar em torno de você, e agora que você se foi, como minha vida vai girar? Como não lembrar de tudo o tempo todo. Me ensina, como você fez, pareceu tão mais fácil do que é para mim.  Prometo que esse será meu último pedido, me ensina porque eu quero te esquecer.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Nossa última foto...

Depois de dois meses lendo as mesmas mensagens eu finalmente tive coragem de apagá-las, uma a uma, foi difícil, não era o que eu queria fazer, mas era o que eu precisava, eram as lembranças daquele tempo que a gente era feliz , no tempo em que nada dava errado pra nós, éramos cúmplices, amigos, amantes, éramos tudo um do outro e de repente começamos a ser meros estranhos dormindo na mesma cama, eu não te conhecia mais, talvez você também não á mim.  Quando foi que isto aconteceu com a gente? Você sabe? Eu não vi.
Sinto falta das mensagens que apaguei , eu lia nelas coisas que nem mesmo ouvia da sua boca, é, esse sempre foi teu defeitinho, não sabia expressar sentimentos olho no olho, era muito bom na escrita, SMS's, cartas, recados nas redes sociais, um mais lindo que o outro, mas no cara-a-cara nada. Tinha medo. Medo de não ser de verdade ou medo de que eu acreditasse, e eu acreditei, achei que era de verdade , mas não foi. Fiz coisas diferente pra fugir da tua falta, pra não sentir mais saudade da nossa rotina, mudei os móveis do meu quarto de lugar pra não mais ter alucinações de que você estava chegando e pendurando seu casaco no cabide de parede ao lado do guarda-roupas só para me ver reclamar. Agora não escuto mais música eletrônica, não assisto televisão aos domingo de tarde, não uso cabelo dividido ao meio.. nem legging colorida, é, eu  mudei.  Mudei tantas coisas de lugar, não só os móveis, mudei minha cabeça de lugar, meu corpo, e por fim meu coração também. Já se passaram seis meses, eu ainda estou aqui tentando me adaptar a essas várias mudanças, como se não bastasse agora estou encaixotando minhas coisas, vou mudar mais um vez, dessa vez pra longe... em meio a tanta bugiganga adivinha o que encontrei? Nossa última foto... Aquela que tiramos no verão, estávamos na praia.  E sabe o que eu fiz? Primeiro eu chorei e depois eu a rasguei. Coloquei um ponto final em todas as lembranças que agora só restam na minha memória, daqui é um pouquinho mais difícil de se livrar. Mas eu serei forte como tenho sido até  hoje, e daqui pra frente um pouco mais feliz estou orgulhosa de mim por ter tido coragem de rasgar nossa última foto.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Aproveita e me sequestra. ( ♫ )

Aproveita e me leva daqui, dessa cidade cheia de lugares lotados de gente vazia.  Me leva pra longe do mal humor do motorista do ônibus que nunca responde ao meus bom-dias, da fila da padaria que nunca fico menos do que cinco minutos, quero ir pra muito longe desse trânsito congestionado, dessas pessoas estressadas e de tudo isso que me deixa tão pesada.
Sabe , eu estou querendo me sentir leve, livre, deixar o vento limpo tocar minha pele,  não com toda essa poluição,  não me preocupar com horários e regras, não mais ter que me preocupar com tudo isso. Me sequestra e me leva pra um lugar só nosso, onde ninguém irá nos perturbar, e só vamos fazer o que quisermos.